Foi em uma noite quente, eu sem nada para fazer além de suar e olhar as estrelas.
Em algum lugar estava acontecendo uma festa, em algum lugar pessoas teoricamente iguais a mim se divertiam enquanto eu ouvia música clássica e fumava um cigarro atrás do outro.
O telefone toca e uma voz fraca mas nítida sussurra ao meu ouvido:
- O que vai fazer hoje, anjo?
- Provavelmente ficar em casa lendo um livro para Paula.
- Vamos sair.
- Para onde?
- Surpresa.
- Fala, eu odeio tatear o escuro.
- Vem aqui p/ casa.
- Ta bom, agora?
- Agora.
- Estou indo.
Sabia muito bem o que ia acontecer. Pelo meu corpo percorria o medo e a vontade, a censura e a curiosidade. Mas logo tudo sumiu e a vontade de me entregar, de corpo e alma, era única dentro de mim.
Fui até o armário e escolhi um vestido preto que deixava o meu corpo bonito. Um sapato vermelho com salto agulha, uma meia arrastão. Fitando o espelho tive medo de olhar dentro dos meus olhos, estava suja e submissa a um homem que não me amava.
Com um cigarro pela metade entrei na casa do meu carrasco em pele de príncipe.
- Oi, anjo. Não demorou nada.
- É, quando eu quero sou bem rápida.
- Ta linda, parece uma puta.
Corei de leve, sabia que era verdade.
- Quer beber alguma coisa?
- Pode ser.
Seus movimentos perfeitos me seduziam, enquanto preparava algum drink sem importância. Meu coração chorava enquanto o meu corpo implorava por prazer.
Ele logo se aproximou, me beijando o pescoço e logo depois a boca. A dele tinha gosto de morango, era doce; queria naquele instante que aquele gosto nunca saísse da minha boca.
Tirou minha roupa como uma menina que despi sua boneca. Tudo lindo e triste.
Deitou-me na cama e começou. Colocou o seu pau contra a minha buceta, e eu não senti nada. Não era bom, não era ruim, era incomodo. Não me fazia sentir aquela avalanche de sensações que eu tinha sozinha. Enfim me deixei levar.
Sentia prazer e medo.
Com gemidos que por vezes mais pareciam grunhidos forçou seu pau contra os meus lábios macios. Um líquido grosso e azedo, diferente dos outros líquidos. que os outros homem haviam derrubado em mim. Engoli e esperei por alguma palavra, qualquer coisa que me fizesse sentir bem. Mas ele se virou e adormeceu.
Era lindo. Dormindo, conversando, me beijando, era lindo e só isso importava. Seus cilhos compridos, sua boca grande, seus cabelos negros. Deslisei meus dedos pelo seu rosto, o acordando.
- Gustavo...
- O quê?
- Te amo.
- Que merda, anjo. Sinto muito por você.
Queria fugir. Queria cavar um buraco no chão e apodrecer ali, com os seus pés para sempre me pisando. Em vez disso sorri, o sorriso mais falso de toda a minha vida.
- Tenho que ir.
- Ok, fecha a porta quando sair.
Recoloquei as minhas roupas, peguei a minha bolsa e fui embora.
Ainda sorrindo, mas agora com os olhos cheios de lágrimas.
N.
E tem mais uma coisa, a minha nova coluna tá no ar. Leiam =)
http://www.moddolls.com/index.php?section=colunas&colunaid=14
Monday, March 21, 2005
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3 comments:
nome ficticio como vc me disse..
tah escrevendo kada vez melhor linda.
te amo :***
esse gustavo é um filho da puta.
Gustavo não ama.
É frio. Como o mundo.
E como todos deveriam ser.
Parafraseando Nietzcshe,
"Onde se fizeram mais loucuras na terra do que entre os compassivos, e que mais prejuizo causou a terra do que a loucura dos mesmos?Pobre dos que amam sem estar acima da sua piedade!"
•Nightmares become me, it`s so fucking clear.
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