Enquanto espero pelo elevador que nunca chega um estranho esbarra em mim e derruba a minha bolsa no chão. Parece que o mau humor atrái coisas irritantes como essa e eu que já sou grosa me transformo em uma daquelas mulherzinhas insuportáveis.
Vamos, Naty, abaixe-se e pegue o maço de cigarro, o livro e todas as coisas inúteis que você nem sabe por que carrega na bolsa. Não, acalme-se um pouco agora e perceba, o estranho é lindo.
-Desculpa.
-Não, tudo bem.
-Mora aqui?
-Não, estou visitando uma amiga...
-Eu também.
O elevador chega. Terceiro andar, por favor. Silêncios de elevador sempre me deixaram constrangida, esse não foi muito diferente. O estranho também ia no terceiro andar. Olhava para os pés e eu admirava o rosto lindo, a roupa linda e o cabelo preto e lindo.
Três andares a serem subidos. Três horas até lá.
Chegamos.
-Tchau
-Tchau
A Sarah é uma filha da puta que mora em um apartamento enorme, dois por andar. À direita o apartamento de um rico qualquer, à esquerda o dela. O estranho vai para o mesmo lado que eu. Ótimo, ele provavelmente seja um cara legal, amiga da Sarah.
Noite normal. Filmes. Batidas mal feitas.
Acabei com o estranho na cama da Sarah. O estranho que na verdade se chama Rafael e agora não é mais um estranho.
Merda.
Friday, June 03, 2005
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
1 comment:
oi rafael.
Post a Comment