O meu coração e o meu corpo tomados de saudade.
Saudade de quando era suficiente a minha vontade para mudar o mundo e fazer de todos pessoas melhores.
Saudade daquela luta que eu travava todo dia contra os diabinhos da minha cabeça.
Saudade de mim. Daquela que foi embora, eu não sei para onde.
O teor e a gravidade dos problemas continuam os mesmos. As vezes até os problemas são os mesmos, me enchendo o saco com repetições cansativas. Mas eu mudei e não tenho mais a força de antes. Nos dias em que tudo era solucionável, em que tudo passava, em que o tempo era o remédio para todos os males. Quiçá poder voltar e levar uma conversa com a garota que eu era. Contar a merda que iria acontecer, contar sobre todas as pedras que iriam ser atiradas, deixando o meu/seu rosto cheio de marcas. Queria poder, por uma vez, voltar no tempo e avisar que a vida nunca será cruel, mas as pessoas serão, para sempre.
Foi em um dia, quando o sol apagou e nem as estrelas ou a lua chegaram. Tudo ficou em suspenso, tudo ficou escuro e vazio. A vida toda parou e ficou esperando. Esperando. Esperando até cansar, ou até perceber que seria bem mais complicado do que só esperar. O grito não quiz ser gritado, nem as palavras quiseram ser escritas. Era uma condenação, uma tortura, nunca mais as coisas voltariam ao normal. As mudanças teriam que ser feitas, ou o último brilho iria enfraquecer, e definhar até que tudo acabasse em um nada completo.
Que saudade.
Restou chorar pela perda, pela falta, pela tristeza, pela indiferença.
Continua o céu todo preto, mas ainda com cor. O brilho de uma estrela que é real, a única coisa concreta que restou depois do fim de tudo.
Espero, mesmo sabendo que não deveria esperar. Agarro-me ao último graveto que continua. Ele quase quebrando, eu quase caindo.
Caindo.
Me espatifando no chão. Essa dor tem que acabar. O mundo tem que fazer sentido de novo. A vida tem que brilhar, mesmo que seja sozinha, sem ninguém para fazer companhia. Só ela no céu escuro.
Só eu nesse mundo. Só eu e o meu computador contra todo o resto que me cerca. Que me observa. Que me destrói. Que quase me mata.
Quase.
N.
Saturday, March 05, 2005
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3 comments:
Um dia vc olha pra vc é uma merda moldada com merda... vc começa a fingir e ser uma bela de uma bosta cheia de medos, teatros e artificios baixos...uns cus.
meu deus....eu naum queria ter virado essa merda tb
dd-->
tmb tenhu saudades..mas naum d mim mesmu=[
saudades da época em que eu era fudida e meu coração sangrava e eu ao menos podia escrever. você é uma puta e está escrevendo muito bem, melhor que eu, merda. mas eu te amo e a minha inveja é saudável e eu quero que você cresça mais e mais como estou vendo você crescer e escrever melhor que antes. tô te esperando com um colchão do lado da minha cama, um maço de lucky e um puta abraço que eu tanto quero te dar.
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